UFT pactua cooperação interinstitucional para defesa de pessoas em situação de rua e lança Incubadora Social
Projeto de extensão vai proporcionar atenção social, capacitação profissional e acolhimento para 500 mulheres nos municípios de Palmas e Araguaína.
A Universidade Federal do Tocantins (UFT), o governo do estado, as prefeituras de Palmas e Araguaína e órgãos do poder Judiciário assinaram nesta quinta-feira (28) um termo de cooperação com o objetivo de fortalecer as políticas públicas para as mulheres tocantinenses. O ato simbólico, realizado na abertura do I Fórum de Políticas Públicas para as Mulheres do TO, institui a Rede Interinstitucional e Interdisciplinar de Proteção e Defesa das Pessoas em Situação de Rua, e marcou o lançamento da Incubadora Social para mulheres em situação de vulnerabilidade social.
Sublinhada pelo lema "Emancipação pelo Trabalho, Cultura e Cidadania", a Incubadora Social é um projeto de extensão da UFT em parceria com o Ministério das Mulheres e as entidades integrantes da rede que pretende beneficiar 500 mulheres e suas famílias com ações de assistência social, cultura e cidadania. "Através de ONGs, dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) nós já começamos a identificar e mobilizar as mulheres que irão participar do projeto. Além disso, estamos contratando psicólogos, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais que irão conduzir esse trabalho com as participantes", disse a coordenadora da Incubadora e pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários da UFT, Maria Santana Milhomem.
O projeto prevê a realização de cursos gratuitos em áreas como artesanato, beleza e estética, e produção de alimentos. Também inclui um cronograma de atividades culturais, como oficinas de dança e grafite, e rodas de conversa e escuta qualificada com acompanhamento de profissionais. Um dos objetivos finais, para além da oferta de capacitação profissional e dos atendimentos, é a produção de uma cartilha sobre Direitos das Mulheres com a colaboração das participantes, visando estimular entre elas o exercício crítico da cidadania. "Com isso nós esperamos oferecer não apenas formação, mas também acolhimento para essas mulheres", ressaltou Santana.
A coordenadora-geral de Articulação dos Organismos de Políticas para Mulheres e das Entidades da Administração Federal do Ministério das Mulheres, Celia Watanabe, falou no evento sobre a formação e a inclusão como alternativas para a superação da vulnerabilidade social. Em sua palestra, ela destacou a importância do estabelecimento de parcerias para o combate às desigualdades. "É extremamente importante a atuação da UFT na articulação das políticas públicas pela capacidade interdisciplinar que a Universidade tem, e também pela sua capilaridade e capacidade de atuação em vários municípios, nos seus vários câmpus, e de forma articulada com outras instituições", reforçou ela, que no evento representou a ministra da Mulheres, Aparecida Gonçalves. "Há uma série de privilégios e segregações que criam um cenário histórico de desigualdades desfavorável para as mulheres. Nesse cenário, ficou estabelecido que um trabalho é mais importante que o outro, um trabalho vale mais que o outro, e essas diferenças têm uma clara relação com gênero. O trabalho doméstico, por exemplo, não é valorizado ou sequer reconhecido como trabalho. E o Estado precisa enfrentar essas questões", contextualizou a palestrante. Segundo Celia, enfrentar problemas básicos, como a fome, é uma necessidade óbvia e urgente, "mas não podemos esquecer de todo o resto, o que inclui garantir o acesso de todos, em especial de todas as mulheres, à informação, ao conhecimento e a serviços".
"Essa parceria com a UFT é muito importante para retirar as mulheres dessa situação e vulnerabilidade e contribuir para que elas possam alcançar a autonomia econômica, que é um dos nossos maiores objetivos", acrescentou Ilana Coelho, representante da Secretaria Nacional de Autonomia Econômica e Políticas de Cuidado, também do Ministério das Mulheres.
O reitor da UFT, Luís Eduardo Bovolato, que também participou do evento no auditório do Palácio Araguaia, disse que a Instituição tem o dever de se engajar nessa causa. "Nós, enquanto Universidade, não podemos deixar de empenhar nossos esforços para o enfrentamento da violência contra a mulher e das desigualdades, além de colaborar com a compreensão, o reconhecimento e a valorização do papel da mulher na nossa sociedade", afirmou.
Quem faz parte da Rede Interinstitucional e Interdisciplinar de Proteção e Defesa das Pessoas em Situação de Rua:
- Universidade Federal do Tocantins (UFT)
- Secretaria da Mulher do Estado do Tocantins
- Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social do Estado do Tocantins (Setas)
- Secretaria de Saúde do Estado do Tocantins (Sesau)
- Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social de Palmas (Sedes)
- Secretaria Municipal da Assistência Social, Trabalho e Habitação de Araguaína (Semasth)
- Ministério Público do Estado do Tocantins (MPE-TO)
- Defensoria Pública-Geral do Estado do Tocantins
- Ordem do Advogados do Brasil (OAB)
- Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO)
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