Criatividade sem medo: estudantes de arquitetura fazem intervenções no Bloco I
“Das coisas nascem coisas”, a frase do artista e designer italiano Bruno Munari tem sido o norte para a disciplina de Desenho Plástico I, do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFT, e tem contribuído para deixar os corredores do Bloco I, do Câmpus de Palmas, bem mais coloridos e agradáveis. Neste processo, os acadêmicos dos primeiros períodos do curso têm aprendido a desconstruir formas, fazer sínteses de figuras humanas e acima de tudo, perder o medo de desenhar.
Éber Nunes, professor da disciplina, explica que boa parte dos alunos de arquitetura têm dificuldades para desenhar, que muitos sabem até desenhar carros, motos e outros objetos, mas não fazem um desenho de arquitetura. “A intenção, com a disciplina é fazer com que o aluno exercite o pensamento voltado para arquitetura, que é a síntese gráfica, desconstruindo um objeto e demostrando sua ideia por meio de traços e desenhos com tinta preta”, explica o professor.
Tal feito não parece ser fácil inicialmente, e o tempo da disciplina é curto, pensando nisso, os alunos tem reproduzido imagens de alguns artistas na parede por meio de retroprojetores, desconstruído e reconstruído formas e objetos, entre tantas outras atividades. A estratégia tem surtido efeito, a estudante Vitória Xavier, sempre gostou de desenhar, mas afirmava que não era muito boa no negócio. “Nesta disciplina temos que desenhar em todas as aulas, inclusive tem um tempo curto para isso que chamamos de ‘tic tac’, a ideia inicial parece aterrorizante, mas o resultado final nos deixa mais animados e seguros”, afirma ela.
Entre as atividades propostas estava a de fazer o contorno dos olhos de cada aluno, para isso, eles fotografaram os olhos de todos, fizeram as sínteses gráficas, projetaram na parede e desenharam. A ideia que deixou os acadêmicos inseguros no inicio, ao final foi motivo de orgulho e contentamento. “Foi emocionante, usamos traços artísticos que não tínhamos costume de usar e ao final é possível olhar cada desenho e ver os traços de cada um dos colegas; com certeza é possível desenhar sem uma super técnica”, comemora a acadêmica Giovana.
André Menezes, também estudante do curso, acredita que todo mundo tem capacidade de representar algo graficamente e o objetivo da disciplina é potencializar essa capacidade: “todos conseguem desenhar uma casinha por mais simples que seja ela e ter contato com a forma ‘simples’ do desenho é muito interessante, pois percebemos que todos podem fazer algo legal sem ser o ‘rei da arte’”, garante ele.
E é trabalhando a ideia de que não se cria nada, mas transforma tudo e que a criatividade não é um dom, é conhecimento, que os acadêmicos do curso de Arquitetura e Urbanismo tem aprendido, enfrentado medos e inseguranças e se tornado cada vez mais capacitados para exercer a profissão.
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