Professor da UFT apresenta peça sobre os elementos necessários ao ator de teatro
Integrando a programação do Festival Internacional Corpo Expandido (Fice), ocorre, neste sábado (25), o espetáculo "Um Ator", do professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e ator Marcial Asevedo. A peça será exibida às 19h30, no Teatro Sesc Palmas, e terá uma hora de duração. "Um ator" é uma aula-espetáculo que aborda os elementos necessários (corpo em festa, imaginação e leitura de mundo) para um ator no seu exercício.
Cena da peça Um Ator, com Marcial Asevedo (Foto: Acervo Pessoal / Divulgação)
O objetivo da peça é possibilitar uma formação para atores ou interessados em teatro e também ampliar as discussões e conhecimentos sobre os três elementos, e Marcial faz isso por meio da criação de cenas em que mostra a possibilidade do envolvimento desses elementos nessa formação. "A intenção é discutir esse corpo mais livre de culpa, de restrições morais e físicas, que permite uma atuação mais política, poética e afetiva. Discutir também a imaginação como um espaço psíquico de autoconhecimento, cura, e, por fim, a leitura de mundo que passa pela poesia, poesia como reverberação dessas sutilezas que podem ser concluídas por esse corpo livre e a imaginação intensa", afirma Marcial.
O professor explica que a peça envolve muita interatividade e que ele pretende abrir o olhar do público para a diversidade do mundo, de si mesmo e das relações humanas e com isso trazer a ideia da possibilidade de tornar as pessoas mais atuantes na própria vida. "Desejo trazer um sentimento de encantamento, de deslumbre e vislumbre, da realidade não como algo material e fechado sobre si mesmo, mas a possibilidade de transcendência dessa matéria e de forças paralelas", declara. Apesar de trazer citações de autores e pesquisadores de teatro, "Um autor" traz uma linguagem de fácil compreensão e contextualizada.
Marcial Asevedo
A ligação de Marcial com as artes vem desde a infância e teve grande influência do seu pai, que, mesmo não tendo publicado nenhuma obra, foi escritor de muitos livros, além de ter uma biblioteca muito grande em casa. O amor pela arte começou na infância com os desenhos animados e foi se estendendo até a vida adulta com os livros, a música e o cinema.
Entrou na licenciatura, na UFT, em 2013, e foi muito instigado pela professora Daniela Rosante. Os dois se conheceram em Minas Gerais, em um grupo de teatro de rua, em que Marcial recebeu convite para atuar, dirigir e escrever textos. Daniela entrou primeiro e um ano e meio depois foi a vez de Marcial.
Atualmente o professor faz parte de três projetos de extensão. Coordena, junto com a professora Bárbara Tavares, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), auxiliando os alunos na preparação para a docência. "Dentro do Pibid costumamos desenvolver cenas, trabalhos teatrais com os alunos. Um deles, que está girando há dois anos em Palmas, é o "Macondo: uma cidade perdida no tempo", que é inspirado no livro "Cem anos de solidão", do Gabriel García Márquez", ressalta.
Outro projeto ajuda pedagogicamente professores da aldeia Riozinho, do povo Xerente, respeitando sempre a identidade dessa comunidade. O projeto está em trâmite com o Funai e as instâncias necessárias, mas já está em andamento. E Marcial participa também Projeto Xanarai, da professora Karina Ribeiro Yamamoto, que treina novos atores e é aberto para qualquer aluno de qualquer curso.
Fice
O Fice é um festival que abrange dança contemporânea, teatro e performance usando linguagens e modos de fazer/pensar arte diversos. Envolve artistas locais, nacionais e internacionais pensando na acessibilidade e compreensão do público e, principalmente, no pensar no corpo de forma expandida. O evento segue até este domingo.
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