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SUS em debate

XI Conferência Municipal de Saúde é realizada na UFT

Por Redação Semus e Virgínia Magrin | Publicado: Quarta, 27 de Março de 2019, 13h19 | Última atualização em Quarta, 27 de Março de 2019, 13h22

O auditório da Universidade Federal do Tocantins (Cuica/UFT) se tornou um espaço democrático para a construção de políticas públicas de saúde para Palmas, durante a XI Conferência Municipal de Saúde de Palmas, que está sendo realizada desde ontem (26). Este ano, o evento, que tem como tema Democracia e Saúde, recebeu em sua abertura mais de 500 participantes entre representantes da sociedade civil organizada e das secretarias de Saúde de Palmas e do Tocantins.

O evento tem como finalidade avaliar, planejar e fixar ações e diretrizes que melhorem a qualidade dos serviços de saúde pública, além de, propor soluções para melhorar qualidade de vida de toda a população. O fórum de debates é organizado pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS) com o apoio e parceria da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) e da Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp).

Para o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Antônio Granjeiro Saraiva, o momento foi oportuno para discutir a ameaça de extinção do Sistema Único de Saúde (SUS), buscando diretrizes para driblar o problema. Além disso, Saraiva destacou a importância da UFT neste processo, com o suporte dado por meio do envio de alunos para os conselhos, bem como, com a formação de profissionais da saúde.

Por usa vez, o secretário de Saúde de Palmas, Daniel Borini, destacou que a sociedade precisa avançar nas discussões sobre SUS e ressaltou ainda que o Sistema enfrenta uma grave crise de financiamento a partir da Emenda Constitucional 95 que estabeleceu o teto dos gastos públicos. A                       emenda estabelece um limite de gastos corrigido apenas pela inflação. “O que está acontecendo é um descompasso entre aquilo que a saúde tem que gastar, e aquilo que a saúde tem de recursos financeiros para pagar esses gastos. Precisamos ter um aporte maior de financiamento para o SUS. E esse momento de conferência é fundamental para que sociedade organizada possa cobrar de seus governantes seus direitos e garantias, porque não podemos perder esse patrimônio que a saúde pública no nosso País”, reiterou o gestor.

A promotora de Justiça Roseli de Almeida, que também participou do evento, destacou a importância da mobilização social. “É emocionante entrar nessa plenária e ver essa quantidade de pessoas e o despertar das nossas consciências para aquilo que é de real interesse da sociedade”, ressaltou.

O papel da UFT na saúde pública do estado

Para o professor da UFT, médico, membro do Conselho Nacional de Saúde e assessor técnico do Ministério da Saúde, Neilton Araújo, o evento é um importante espaço para a construção das políticas democráticas para o SUS. “A partir dos debates em eventos participativos como este que acontece agora, a sociedade é capaz de auxiliar no fortalecimento do SUS e na elaboração de políticas públicas não apenas para Palmas, mas para o País”, afirmou. Além disso, ele destaca, “que um sistema de saúde local bem organizado é aquele que leva primordialmente em conta as necessidades de saúde da população. Em cima dessa necessidade é que vamos fazer o planejamento, a organização e vamos fazendo o processo de construção permanente”.

Neste aspecto a universidade tem papel importante neste processo. “A UFT tem que ajudar para além do debate, contribuindo e discutindo mudanças de práticas. Quando criamos o curso de Medicina, nós fizemos um curso com os nossos professores e estudantes inseridos no sistema de saúde da cidade. Não queremos um hospital encastelado e isolado, estamos querendo um hospital que vai trabalhar a rede de cuidados em sua necessidade crescente. Por isso é muito importante entender que o curso da saúde não deve apenas se integrar entre sim, mas precisa se articular com os serviços”, ponderou ele.

Neilton Araújo participou do evento (Foto: Virgínia Magrin)Neilton Araújo participou do evento (Foto: Virgínia Magrin)

Neilton destacou ainda, que os estudantes estão tendo a oportunidade de ter uma visão mais ampla, já que muitas vezes a sala de aula é limitada. “Por isso o trabalho da extensão e da pesquisa é primordial. Precisamos formar profissionais para o mercado individual da saúde, mas também precisamos formar profissionais para o mercado público da saúde. Essa é uma condição que eu considero positiva para que a Universidade se integre, se associe ao esforço do debate e a proposição de medidas para aprimorar e consolidar o SUS, que antes de tudo é fator de desenvolvimento nacional”.

Programação

 O evento segue na tarde desta quarta-feira (27), com plenária às 14h, escolha de delegados às 16h e o encerramento às 17h30. (Com informações da Assessoria de Comunicação da Secretaria Municipal de Saúde de Palmas)

 

 

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