Saiba como pesquisadores serão afetados com bloqueio de bolsas pela Capes e UFT

Na última quarta-feira, 8, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) congelou 4.798 bolsas, que nesta quinta-feira foram revisadas para aproximadamente 3,5 mil, com os desbloqueios das bolsas de programas de pós-graduação avaliados com notas 6 e 7 e de doutorandos do exterior.

A medida é parte das ações da instituição para cumprir o contingenciamento na administração pública federal. Segundo a Capes, todos os estudantes e pesquisadores que têm bolsa da Capes em vigor terão os seus auxílios financeiros mantidos.

UFT tem nove bolsas da Capes bloqueadas

Desse total de bolsas bloqueadas, são 226 para Região Norte. Nesta conta, a Universidade Federal do Tocantins (UFT) perdeu nove bolsas viabilizadas com recursos da Capes. Sendo:

- 5 bolsas de mestrado;
- 1 bolsa de pesquisador visitante;
- 2 bolsas de doutorado sanduíche;
- 1 bolsa de pós-doutorado.

Valores
R$ 1.500 é o valor mensal da bolsa de mestrado
R$ 2.200 é o valor mensal da bolsa de doutorado
R$ 4.100 é o valor mensal da bolsa de pós-doutorado

Medidas tomadas pela UFT

Devido ao bloqueio orçamentário imposto pelo Ministério da Educação, a UFT foi impactada em 42% do orçamento para despesas discricionárias (água, energia, manutenção, segurança), o que representa um total de R$ 18 milhões.

Por isso, uma das medidas que a gestão tomou foi a suspensão temporária de novos editais para bolsas de pesquisa e extensão, viabilizadas com recursos da própria UFT. As bolsas em vigência não serão afetadas até que se encerrem.

Atualmente, as bolsas mantidas pela UFT são:

- 135 bolsas do Pibic (Iniciação Científica);
- 24 bolsas produtividade;
- 18 bolsas de tutoria.

Impacto da suspensão das bolsas

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFT, Raphael Pimenta, explica que se os cortes permanecerem haverá queda significativa de bolsas para o segundo semestre. “Isso vai afetar profundamente a pesquisa, pós-graduação e a vida dos estudantes”.

A Mestra em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela UFT, Drielly Dayanne, comenta a importância da bolsa que teve direito durante um ano para o desempenho de sua pesquisa. Ela desenvolveu o sorvete probiótico, produto que acabou patenteado como inovação tecnológica. “A bolsa proporcionou amparo às minhas necessidades básicas de alimentação e transporte, além de praticidade no desenvolvimento do projeto através da aquisição de materiais que otimizavam meu tempo no preparo de materiais. Num contexto onde muitos não enxergam a pesquisa como algo importante e muito menos como um trabalho, receber a bolsa me assegurava um retorno, como um salário, em que poderia contar para eventuais necessidades. Além da pesquisa, é através da bolsa que pude ir a congressos e divulgar resultados”.