Ei, universitário, vamos falar de saúde mental na universidade?

A psicóloga Cristina Fonseca, que atua no atendimento dos alunos do Câmpus da UFT em Porto Nacional, ressalta que o contexto universitário pode intensificar questões emocionais dos estudantes que, na maioria das vezes, são anteriores ao ingresso. Em várias situações, as famílias estão fazendo sacrifício para que o estudante esteja aqui e, por isso, ele se sente cobrado, pressionado. Há  casos que revelam questões relacionadas à universidade, mas não são o centro do adoecimento.

“Então, a gente vê mais dificuldades que são anteriores ao universo acadêmico e, quando chega na universidade, essas fragilidades são expostas. São dificuldades, às vezes, de relacionamento familiar, que se manifestam de uma forma mais clara na universidade”, pontua a psicóloga.

 Para Meirilene Mendes, mais conhecida Mel, psicóloga que atua no Câmpus da UFT em Palmas, o fato de alguns estudantes associarem seu valor como pessoa ao rendimento acadêmico, acaba por levá-los a aprofundar o sofrimento psíquico: “Pelas impressões que  particularmente tenho, são questões multifatoriais sempre. A pressão, a distância da família, a dificuldade acadêmica, a sensação de incapacidade; depois vem a dificuldade de estudar, as reprovações e isso vira um ciclo vicioso.”

 A soma de tudo isso faz com que os estudantes, principalmente em reta final de curso, cheguem a um nível de cansaço mental que merece atenção: “Quanto mais tempo o aluno está na Universidade, mais parece que ele vai se sobrecarregando. É raro eu atender alunos que estão no primeiro, segundo e terceiro períodos, porque eles ainda não estão com expressiva sobrecarga”, destaca Meirilene.

(Continua na próxima quarta-feira, 12)