Seminário discute consolidação do Internato Rural em Medicina no Tocantins

Humanizar o atendimento de saúde é tendência pregada por políticas públicas e centros de formação de profissionais da área em todo o Brasil. Na Universidade Federal do Tocantins (UFT) não é diferente. Futuros médicos estão sendo despertados para o interesse dos aspectos sociais de quem vai buscar ajuda em um consultório. Prova disso são os relatos dos estudantes de Medicina que passam pelo Internato Rural, um programa interinstitucional que já está presente em 13 municípios de norte a sul do Tocantins. Essas experiências estarão em foco nesta sexta-feira (9) e sábado (10) durante o primeiro Seminário de Internato Rural em Medicina, no Centro Universitário Integrado de Ciência, Cultura e Arte (Cuica), Câmpus de Palmas da UFT.

Iatan, de amarelo, se tornou preceptor após participar do programa de internato (Foto: Divulgação)
O evento, aberto à comunidade, irá reunir gestores públicos, profissionais e estudantes da área da saúde, além de representantes do Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPac) e da Universidade Regional de Gurupi (Unirg), que juntamente com a UFT fazem parte do programa. "O objetivo principal é integrar cada vez mais ensino, serviço e comunidade, e consolidar o programa que está inserido na política de ensino e extensão universitária", enfatiza o coordenador do Internato Rural na UFT, professor Nilton Cavalcante.

Por meio do Internato Rural, alunos do último período do curso de Medicina são encaminhados para atuar na atenção básica de saúde em municípios do interior e aprender mais em contato com realidades diversas. O programa existe há um ano e meio e já formou cerca de 120 alunos.

"Lá nas comunidades os alunos passam a saber como funciona a rotina do médico, perdem o receio de atuar e criam vínculos com as comunidades, o que torna o atendimento diferenciado", diz o professor.

Apesar de necessidade de aprimoramento da infraestrutura do programa, Nilton considera que o Internato Rural já pode ser considerado bem sucedido, e defende que a política de estímulo da interiorização é um bom caminho para a qualificação do sistema de saúde. "Temos observado que a prática tem levado à humanização dos atendimentos e já temos casos de médicos se fixando no interior, que participaram do internato e agora se tornaram ótimos preceptores", afirma Cavalcante.

Esse é o caso de Iatan Mendonça, que já passou pelo programa como interno e hoje orienta os novatos que chegam para fazer estágio em Colinas, a 235 quilômetros da capital tocantinense. Ele acompanha cirurgias, faz atendimentos e ainda tira dúvidas dos colegas que estão começando a atuar diretamente com os pacientes.

"Durante todo o curso ficamos em um bolsão. Palmas tem um sistema de saúde com estrutura considerável, mas o Internato Rural nos coloca em contato íntimo com a realidade de grande parte do estado e do Brasil, onde falta uma completa infraestrutura, faltam profissionais médicos e não médicos e ainda há dificuldades com os sistemas de referência", comenta ele. Mesmo assim, Iatan acredita que a simples orientação dos pacientes pode ajudar a resolver grande parte dos problemas locais. "Eu diria que  80% dos agravos de saúde podem ser resolvidos no nível primário de atenção à saúde. Quando atuamos nos cuidados básicos de orientação e promoção de saúde, tratamento e manejo adequado de problemas como hipertensão e diabetes, por exemplo, podemos evitar que no futuro os pacientes precisem ser encaminhados a centros de referência mais especializados, para realizar tratamentos como hemodiálise", pondera.

Serviço:

O quê: Seminário de Internato Rural em Medicina
Quando: Sexta-feira (09) e Sábado (10)
Onde: no Cuica, Câmpus de Palmas da UFT

Programação:

Sexta-feira (09)

19h – Credenciamento

19h30 – Mesa de abertura

20h15 - Apresentação Cultural com o Grupo Acordes

20h45 - Palestra com Geraldo Brasileiro Filho (UFMG)

21h45 – Coquetel



Sábado (10)

8h30 - Mesa-Redonda 

11h - Intervalo 

11h15 – Relatos de experiências 

12h30 – Intervalo 

14h – Rodas de Conversa 

15h - Apresentação de extratos da rodas de conversa

16h30 – Intervalo

16h45 – Coquetel de encerramento