UFT integra pesquisa que mapeará nível real de contaminação da Covid-19 em Araguaína
Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Araguaína e a Associação Comercial e Industrial de Araguaína (Aciara), a Universidade Federal do Tocantins (UFT), por meio da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia (EMVZ) realiza pesquisa com o objetivo de mapear o nível real de contaminação da Covid-19 na cidade. Pela universidade, estão à frente na pesquisa: o docente José Carlos Ribeiro do Câmpus de Araguaína, o professor Aurélio Vaz de Melo do Câmpus de Gurupi e o professor e pró-reitor de pesquisa e pós-graduação, Raphael Sanzio Pimenta, em Palmas.
Os recursos para o projeto também têm participação da iniciativa privada e poder público municipal. “Em Araguaína, a proposta foi muito bem recebida pela Aciara e a Secretaria de Saúde. Contamos com o apoio dessas instituições para o financiamento do projeto de pesquisa e também com o Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (UFG)”, explica o professor José Carlos Ribeiro.
Segundo o professor e pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UFT, Raphael Pimenta, o financiamento dessa pesquisa integra um projeto institucional da UFT de combate à pandemia, aprovado no início do ano com valor de R$ 1.340 mi. “Essa aprovação possibilitou a realização dessa pesquisa e de outras ações como distribuição de álcool em gel, produção de máscaras e também a parte da pesquisa de biologia molecular para a detecção do vírus da covid-19”, pontuou.
Para a Secretária de Saúde de Araguaína, Ana Paula Abadia, essa pesquisa vai auxiliar a tornar os números de infecção mais reais no município. “Por conta da pesquisa, será possível ter dados mais precisos quanto às condições socioeconômicas dos afetados, bem como do tipo de sintomas e contatos que os indivíduos infectados com a doença tiveram”, ressalta.
A Pesquisa
O professor José Carlos explica que os casos assintomáticos da Covid-19 não entram nas estatísticas oficiais porque não desenvolvem a fase de sintomas da doença, e com essa pesquisa, pretende-se encontrar dados mais compatíveis com a realidade, identificando os números de casos assintomáticos por amostragem, por exemplo. “Sabemos que existe uma subnotificação do número de casos, principalmente pela dificuldade de acesso ao recurso diagnóstico. Além disso, grande parcela da população que tem uma infecção assintomática ou a parte da população que teve um sinal clínico brando, muitas vezes, não procurou o serviço de saúde municipal e, dessa forma, esses dados não compõem a realidade de nível de infecção do município”, observa.
A pesquisa conta ainda com a participação dos professores dos cursos de Medicina Veterinária, Engenharia de Bioprocesso e Biotecnologia e Medicina, de alunos dos cursos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Sanidade Animal e Saúde Pública nos Trópicos e será desenvolvida no laboratório de Microbiologia da UFT, na EMVZ, do Câmpus de Araguaína. Integram o grupo também, as professoras Bruna Alexandrino, Katyane de Sousa Almeida, Cátia Maria de Oliveira Lobo, Juliana Fonseca Moreira da Silva, Eskálath Morganna Silva Ferreira e Mariana Senna Quirino.
Araguaína
Em Araguaína serão desenvolvidos dois projetos de pesquisa. O primeiro é um projeto sorológico em que será feita a pesquisa de anticorpos IGM e IGG para a identificação dos anticorpos para o novo corona vírus. “Esse primeiro projeto será dividido em cinco macrorregiões de Araguaína e, dessas cinco macrorregiões, uma população estatisticamente representativa será avaliada quanto à presença de anticorpos IGM e IGG”, explicou o professor José Carlos Ribeiro.
O projeto ainda vai conter um questionário epidemiológico em que serão levantadas informações que podem estruturar ações estratégicas do município em determinadas populações que podem estar mais vulneráveis à doença.
Já o segundo projeto de pesquisa consiste em fazer o levantamento dos reais níveis de infecção atuais da Covid-19 na população de Araguaína. “Sabemos que existe uma resistência muito grande em buscar pelo diagnóstico da doença, ou ainda, que as pessoas podem ter essa infecção de forma assintomática e, dessa forma, nós vamos fazer o exame do PCR em tempo real para que possamos saber, na mesma população estatisticamente representativa, quem está com a infecção ativa. Ou seja, vamos saber qual o percentual da população que já teve, quais são os fatores de risco associados e que foram levantados por meio dos questionários epidemiológicos; e também, vamos fazer o diagnóstico das pessoas ativas pela PCR em tempo real”, afirma Ribeiro.
*Estudante de Jornalismo em atividade para a disciplina Estágio Supervisionado I.
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