“Ação emergencial de extensão, assistência e prevenção ao covid-19 no norte do Tocantins", este é o nome do projeto que tem levado cestas básicas, kits de higiene com máscaras de tecido, sabão de limpeza pesada e álcool em gel, além de orientação e informação contra a Covid-19 para as etnias Karajá, Krahô e Apinajé, e a comunidade quilombola Grotão, todas localizadas na região norte do estado.
Dezenove famílias da Comunidade Grotão foram as primeiras a serem beneficiadas que receberam os kits no dia 10 de julho. O local, no município de Filadélfia, abriga famílias remanescentes de quilombo. No dia 17 de julho, foram enviadas 631 cestas e 631 kits para a Fundação Nacional do Índio (Funai), de Tocantinópolis, que será a responsável pela distribuição para os Apinajé, junto com a Associação União das Aldeias Apinajé (Pempxà).

Esta semana também começou a entrega para os Krahô e para os Karajá, com 492 cestas, 350 kits e cerca de 900 panfletos produzidos pelo Comitê de Ações Afirmativas do Câmpus de Tocantinópolis, em parceira com o Programa de Pós-Graduação em Cultura e Território (PPGCult) de Araguaína e com a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura de Palmas (Proex).
As orientações são passadas por meio desses panfletos informativos sobre prevenção ao Coronavírus, com tradução para as três línguas indígenas atendidas. O professor da UFT e antropólogo, Bruno Hammes, um dos responsáveis pelo projeto, destaca que a realização desta ação emergencial é iniciativa de algumas professoras do curso de Licenciatura em Ciências Sociais (Câmpus de Tocantinópolis), em busca de apoio para as comunidades indígenas e quilombola da área de abrangência do Câmpus. "Buscamos apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT) para estudar a viabilidade e a disponibilidade de recursos para a realização desta ação que está investindo cerca de R$ 70 mil só para a aquisição das cestas básicas durante a pandemia", explica.
Hammes esclarece ainda, que a ação é grande e que os kits e cestas serão distribuídos gradualmente, já que as instituições parceiras (Funai e o Conselho Indigenista Missionário – CIMI) têm recursos humanos e veículos limitados. Mas que ao final, a previsão é que sejam distribuídas 1138 cestas básicas com itens selecionados pelas comunidades, e outros 1000 kits de higiene para cerca de 260 famílias na etnia Krahô, 100 famílias na Karajá Xambioá, 621 nas aldeias Apinajé, que ficaram sob a responsabilidade dos caciques e 19 famílias da Comunidade Quilombola Grotão.

Parcerias
A iniciativa é uma parceria do MPT, da Justiça do Trabalho, da UFT Tocantinópolis por meio da Direção do Câmpus de Tocantinópolis, do Comitê Local de Ações Afirmativas de Tocantinópolis, professoras do Colegiado de Ciências Sociais; do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura e Território (PPGCult) da UFT de Araguaína, da Fundação Nacional do Índio (Funai), do polo Tocantinópolis da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) que é vinculada ao Ministério da Saúde (MS) -, da Associação União das Aldeias Apinajé (Pempxà) e Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Além de contar com participação de lideranças como o cacique da aldeia São José Xáj Apinajé.
Para se ter uma ideia, os kits, por exemplo, foram produzidos através de um projeto financiado pelo MPT, em parceria com o sistema “S”. As cestas básicas foram financiadas pelo MPT. Os panfletos são uma realização da UFT por meio do Comitê Local de Ações Afirmativas de Tocantinópolis, presidido pelo professor Nonato Câncio, com apoio de professores indígenas e de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura e Território (PPGCult), com a arte desenvolvida pela Superintendência de Comunicação (Sucom). Toda a ação envolve recursos na ordem de R$100.000,00.
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