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Dia da Ciência e do Pesquisador Científico

Ciência Polar: pesquisadores da UFT integram expedição científica na Antártica

Por Gihane Scaravonatti | Publicado: Sexta, 07 de Julho de 2023, 14h10 | Última atualização em Quinta, 16 de Novembro de 2023, 13h04

 

08 de julho é o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico e, com a data, estreamos uma nova seção semanal: saiba mais sobre os trabalhos dos pesquisadores da UFT, toda sexta-feira, no Sexta com Ciência!

Pesquisadores da UFT integram expedição científica na Antártica 

08 de julho é o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico e, com a data, estreamos uma nova seção semanal: saiba mais sobre os trabalhos dos pesquisadores da UFT, toda sexta-feira, no Sexta com Ciência!

11.Pesquisadores da UFT integram expedição científica na Antártica (Foto: Raphael Pimenta/arquivo pessoal)11.Pesquisadores da UFT integram expedição científica na Antártica (Foto: Raphael Pimenta/arquivo pessoal)Imagine ter a oportunidade de expedicionar - e produzindo Ciência de ponta - pelo continente mais inóspito do planeta: a Antártica! Três pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) estiveram, entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano, na Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) - a base de pesquisa do Brasil no continente polar. O Prof. Dr. Raphael Sanzio Pimenta (Curso de Medicina), a Profa. Dra. Juliana Fonseca Moreira da Silva (Curso de Medicina) e o Prof. Dr. Guilherme Nobre Lima do Nascimento (Curso de Nutrição) integraram o projeto Micologia Antártica (MycoAntar) - durante a 41ª Operação Antártica (OPERANTAR XLI) -, onde pesquisaram fungos filamentosos, leveduras, bactérias, briófitas e as duas únicas espécies de plantas vasculares do continente: a Deschampsia antarctica (erva-pilosa-antártica) e a Colobanthus quitensis (pêra-da-antártica).

Nesta 41ª Operação (que durou, no total, de outubro de 2022 a abril de 2023), os pesquisadores da UFT participaram da quarta fase do MycoAntar. Na etapa, eles contribuíram com o projeto Micologia Antártica II: um catálogo de fungos da Antártica que serve para estudos sobre sua sistemática, dispersão e conexões com a América do Sul e aplicações na medicina, indústria e agricultura. A equipe foi coordenada pelo Prof. Dr. Luiz Henrique Rosa, do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), instituição responsável pelo MycoAntar nacional, e pelo professor Raphael Pimenta (UFT).

3.Pesquisadores da UFT integram expedição científica na Antártica (Foto: Raphael Pimenta/arquivo pessoal)3.Pesquisadores da UFT integram expedição científica na Antártica (Foto: Raphael Pimenta/arquivo pessoal)Coletas de plantas, amostras de solo e de água (doce e salgada) no entorno da EACF estiveram entre os objetivos alcançados pelos cientistas da UFT, que contaram com o apoio logístico e científico do pessoal da Marinha do Brasil, do CNPq e de pesquisadores de outros projetos da OPERANTAR. "Participar desta Operação, levando o nome da UFT, contribuiu para que nossa Universidade ganhasse mais visibilidade junto a órgãos de fomento e outras instituições de ensino e pesquisa", destaca Raphael. "Ainda, nos possibilitou o estabelecimentos de parcerias com importantes instituições e pesquisadores de renome internacional", conta o pesquisador, que também é o pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da UFT.

Fungos antárticos: incógnitas preservadas no gelo

2.Pesquisadores da UFT integram expedição científica na Antártica (Foto: Raphael Pimenta/arquivo pessoal)2.Pesquisadores da UFT integram expedição científica na Antártica (Foto: Raphael Pimenta/arquivo pessoal)Com 14 milhões de quilômetros quadrados e 90% desse território coberto por gelo, a Antártica possui uma grande biodiversidade microbiana. Estamos falando de um laboratório gigante, congelado há mais de 3 milhões de anos, que instiga pesquisadores de todo o planeta e de onde pode vir a resposta para várias das doenças que assolam a humanidade. Os fungos estão entre os principais decompositores da natureza e quase a metade dos antibióticos já descobertos - inclusive a penicilina, na década de 1940 - é produzida por fungos.

Territórios gélidos e de condições extremas (poucos nutrientes, baixa precipitação e umidade e alta incidência de radiação ultravioleta) como o da Antártica são lar de organismos microscópicos – dos quais fazem parte os fungos e bactérias -, que podem carregar os materiais genéticos mais antigos da Terra. Assim, os cientistas apostam no estudo destes microrganismos como potenciais reveladores de fatos ainda desconhecidos sobre nossos ecossistemas e mesmo a cura para doenças humanas, de outros animais e mesmo de plantas.

UFT na Antártica

14.Dr. Guilherme, Dr. Raphael e Dra. Juliana, pesquisadores da UFT, durante expedição científica na Antártica (Foto: Raphael Pimenta/arquivo pessoal)14.Dr. Guilherme, Dr. Raphael e Dra. Juliana, pesquisadores da UFT, durante expedição científica na Antártica (Foto: Raphael Pimenta/arquivo pessoal)Esta é a primeira vez que a professora Juliana participa de uma missão na Antártica. "Foi uma experiência fantástica, pois tive a oportunidade de coletar microrganismos considerados extremófilos, isto é, que sobrevivem em ambientes extremos e inabitáveis para a maioria dos outros serves vivos", conta. A pesquisadora trabalha, agora, para que sua experiência resulte em artigos científicos, tanto de ciência básica quanto aplicada. No final de junho, ela já ministrou uma palestra on-line para a Faculdade de Nutrição e Alimentação da Universidade Feminina do Sagrado Coração (Unifé), no Peru, tratando de sua pesquisa e contribuição na MycoAntar

13.Pesquisadores da UFT integram expedição científica na Antártica (Foto: Raphael Pimenta/arquivo pessoal)13.Pesquisadores da UFT integram expedição científica na Antártica (Foto: Raphael Pimenta/arquivo pessoalO professor Guilherme também foi "marinheiro de primeira viagem" à Antártica. "Para mim, foi uma experiência única e emocionante conhecer um ambiente totalmente novo, pouco explorado e que irá ampliar os trabalhos de pesquisa de nosso grupo científico e Universidade, além de já nos ter possibilitado novas parcerias", relata.

Já o professor Raphael esteve no território antártico pela segunda vez e, novamente, pelo projeto MycoAntar. "A expedição já nos rendeu frutos no passado, com a publicação de artigos científicos relevantes. Esta nova oportunidade irá engrandecer ainda mais as publicações de nosso grupo de pesquisa", frisa ele.

Mais imagens

Confira algumas das várias imagens incríveis capturadas pelos pesquisadores da UFT, durante sua participação na expedição científica MycoAntar/OPERANTAR XLI:

Sobre o MycoAntar

O projeto Micologia Antártica - o MycoAntar - foi criado há cerca de uma década, pelo Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Tendo em torno de 20 mil fungos antárticos catalogados, o projeto possui a maior coleção mundial desses organismos coletados naquele continente. As pesquisas realizadas pelo MycoAntar buscam, entre outras questões, possibilidades de tratamento para doenças tropicais como dengue, leishmaniose e malária, que atingem principalmente as populações do Hemisfério Sul.

Dra Juliana Fonseca durante trabalho de coleta na Antártica, para o projeto MycoAntar (Foto: Raphael Pimenta/arquivo pessoal)Dra Juliana Fonseca durante trabalho de coleta na Antártica, para o projeto MycoAntar (Foto: Raphael Pimenta/arquivo pessoal)O projeto também monitora, por exemplo, fungos que afetam os tapetes de musgos - verdadeiras florestas em miniatura, pela quantidade e variedade de organismos -, que são milenares na Antártica. O aquecimento na Antártica favorece o aumento de fungos, para os quais os musgos não têm mecanismos de defesa - e o estudo desta relação interessa particularmente aos pesquisadores do MycoAntar. Por meio deste trabalho, os cientistas podem encontrar novas substâncias para o desenvolvimento de bioprodutos com interesse industrial, que possam servir à agricultura, como herbicidas, e à saúde, como antibióticos.

Saiba mais sobre o MycoAntar e seus vários estudos e descobertas com fungos em território antártico.

Programa Antártico Brasileiro: mais de quatro décadas de pesquisa no gelo

10.Pesquisadores da UFT integram expedição científica na Antártica (Foto: Raphael Pimenta/arquivo pessoal)O Programa Antártico Brasileiro (ProAntar) - de onde partem todas as edições da OperAntar - é conduzido pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Cirm), vinculado à Marinha do Brasil. Por meio do ProAntar, o Brasil se firmou na Antártica em 1982 e, desde então, vem desenvolvendo - de forma ininterrupta - uma quantidade enorme de pesquisas que contribuem com a saúde, a agricultura e o meio ambiente. O Brasil está entre os 29 países que possuem base científica no continente, que não tem "dono": sua regulamentação ocorre por meio do Tratado da Antártica, vigente desde 1961 e, hoje, assinado por 44 países. Conheça o ProAntar.

Algumas curiosidades sobre a Antártica (ou Antártida)

24.Pesquisadores da UFT integram expedição científica na Antártica (Foto: Raphael Pimenta/arquivo pessoal)24.Pesquisadores da UFT integram expedição científica na Antártica (Foto: Raphael Pimenta/arquivo pessoal)Antártica ou Antártida: qual o nome certo, afinal?! A resposta é: tanto faz! Ambas as escritas são aceitas no português brasileiro.

Antigamente, era mais comum, de fato, encontrar - especialmente em documentos oficiais - Antártida para o nome do continente e antártico(a) como um adjetivo. Hoje, porém, há estudiosos que prefiram mesmo o termo Antártica, uma vez que, do grego, significa anti-ártico - ou, do lado oposto ao Ártico. A base brasileira no continente, por exemplo, se chama Estação Antártica Comandante Ferraz. 

A Antártica é repleta de informações interessantes, curiosas e fascinantes. Separamos algumas: 

  • a Antártica possui a maior reserva de água potável do mundo e, ao mesmo tempo, é o continente mais seco, pois a maior parte da água está congelada;
  • por isso, inclusive, os cientistas classificam o continente como desértico;
  • é o continente mais alto (em altitude média) e mais frio (já chegou a registrar temperatura de -93º C);
  • a temperatura média no verão fica entre -4ºC e 10ºC; no inverno, costuma atingir -60ºC;
  • possui o maior índice de ventos fortes do planeta;
  • não há população permanente no território; sua população é provisória, de cientistas e equipes de apoio nas bases polares: são cerca de mil pessoas no inverno e quatro mil no verão.
Quer saber mais sobre a Antártica?

O que não falta na Internet são ótimos materiais sobre este continente gélido que nos provoca tanto fascínio. Uma de nossas recomendações, para você que deseja se aprofundar no tema, é o documentário Antártica: o continente dos extremos, idealizado pela Profa. Dra. Rosalinda Montone, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP):

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Sobre a Sexta com Ciência

Sexta com Ciência é uma seção especial de divulgação científica da UFT, numa parceria entre a Propesq e a Sucom.Sexta com CiênciaSexta com Ciência é uma seção especial de divulgação científica, para você que quer conhecer mais sobre os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos pelos pesquisadores da UFT, nas mais diversas áreas do conhecimento. Acesse todas as matérias AQUI!

Esta seção semanal é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Propesq) com a Superintendência de Comunicação (Sucom), em prol da disseminação e popularização da Ciência.  

Fique ligado: toda sexta-feira - no portal e redes sociais da UFT - é dia de Sexta com Ciência!

 

 

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